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domingo, 30 de agosto de 2009

Capitulo I - Adeus Califórnia!


Nem sempre você pode conseguir o que quer.
Nem tudo na vida se ganha de mãos beijadas!
Eu aprendi isso da maneira mais difícil depois de uma tragédia em minha vida e família! Filha de pais ricos morava em uma bela mansão de dois andares no alto de uma colina de onde conseguia ver o mar e outras casas mais a baixo. Lá do alto só se ouvia as garças a cantar e o mar a bater contra a encosta, sei que dali seria loucura, mas eu escuto com muita atenção... Ou! Costumava escutar não fosse por um trambiqueiro idiota que passou a perna em meu pai. Minha mãe o abandonou para ficar com outro e ele não agüentou muito a pressão e acabou com a própria vida num acidente trágico na auto-estrada.
Não posso dizer que confio muito nos antigos amigos deles, aliás, eu nunca fui dada a conversar com essa gentinha. Mas eu sei como eles me olharam no enterro de meu pai, os "meus pêsames!" ou "Ele era um bom homem, isso é o que importa!" me deixavam a beira de arrancar os cabelos do primeiro que se atrevesse a me encarar torto outra vez.
Não posso dizer que meu pai era presente, algo que ele, em particular, nunca foi! Aprendi que não deveria esperar muito dele e assim me tornei o que sou uma ex-rica toda cheia de problemas. Ando por ai errante a observar o mar agora mais de perto na confusão da cidade abaixo da colina. O vidro do carro aberto deixava o cheiro de maresia entrar e ressecar minha pele de pêssego. Lágrimas me saltavam dos olhos, mas eu não podia mudar a minha história de vida, era assim que tudo era e era assim que tinha de ser e eu teria de aprender a conviver com tudo isso!
Agora estou a caminho da velha Portland onde minha avó Reenee mora, não posso dizer que a conheço bem, minha mãe tinha certa implicância com ela, talvez seja por tal de Maroon, ex-namorado dela da época de colegial, vai lá se saber do que minha mãe era capaz na época!
Com minhas botas de cano longo de couro legitimo calças leggins preta, cinto com espetos - eu sei totalmente incomum para uma ex-patricinha da Califórnia, mas o que eu posso fazer? É o meu gosto e dai?! - uma camiseta branca de renda que só não mostrava o sutiã por que tinha um forro e uma jaqueta preta com zíperes nos bolsos prateados. Acessórios, nunca fui dada a usá-los, apenas fazia-se necessário um colar que ganhei dos falecidos Jack e Meryon Pleytier nossos vizinhos de duas quadras. Nem digo como morreram, pois não tem muito que se falar!
Um colar simples onde havia uma foto minha solitária, um meio sorriso e olhos cor de mel sonhador com os belos cabelos pretos soltos a brilhar mediante um sol intenso de um verão que parecia nunca desaparecer!
Seria uma grande aventura, nem digo isso, seria um grande desafio ir morar em outra cidade, totalmente diferente da Califórnia, onde o grau era diferente, fazia sim sol, mas era raro aquele calor e tudo mais... O pior não era isso e sim morar no meio do mato, um lugar coberto de plantas que eu nem sei como podiam ser e se poderiam me causar alergias... Morar em uma fazenda não poderia ser nada bom!
Nunca visitei essa minha avó cujo nome era muito antigo, Adelaide era seu nome, descendente de espanhóis guardava traços fortes e ao mesmo tempo misturados totalmente diferente de mim ou de mamãe. Meu nariz era fino, minha pele clara, um pouco queimada de sol pelas varias vezes que ia a praia. Mas numa coisa tínhamos de combinar, meu sobrenome ainda era o mesmo que o dela... Mariental!
Fazia lá fora quase 40ºC, a praia ia sumindo enquanto o taxi voltava-se mais para o interior da grande cidade, teria de desistir da vista, dos letreiros de Hollywood - RS é só uma piada, morava longe desse lugar. Se o conhecia era através dos filmes e nada mais! - mas sentiria mais falta do mar...
O aeroporto apinhado de gente quase até o teto - só pra variar um caso de ‘hiperbolia’. - uma confusão de vozes, metálicas, gritantes, esbaforidas... Hoje com certeza não seria um bom dia!
O advogado da família conseguira pra mim uma passagem só de ida para Portland - Oregon, lugar este onde iria morar com minha avó Adel - Apelido carinhoso de Adelaide - conhecida como cidade das rosas, eu ainda não sabia o porquê desse nome tão inusitado, pelo menos nunca procurei saber!
Não tinha coisa pior do que viajar em classe econômica, aquelas crianças correndo de um lado a outro infernizando a vida das aeromoças derrubando bolinhos de chocolate pelo carpete azul tão limpinho, ai, eu sei que tenho apenas 17 anos, mas eu não tinha essas atitudes tão infantis aos seis! Bem... Não que eu me lembre claro!
Ouvi dizer que tinha cavalos lá...
Pratiquei por um longo tempo equitação, mas parei por achar que era esse o motivo de estar voltando pra casa roxa... Frescura eu sei, mas agora eram outros tempos, eu tinha de aprender e seria na marra mesmo!
Por agora podia dizer, sem muito pesar... Adeus Califórnia...

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